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Mostrando postagens de agosto, 2007

Metafísica da Vida Cotidiana

Metafísica da Vida Cotidiana (do amor como gesto de adeus...) Falar de amor é demasiado fácil. O amor é generoso... Acolhe até mesmo o ódio. Acolhe até mesmo a indiferença. Falar de amor é inclusive banal. Mas se do verbo não emerge o gesto que aquece, A palavra se torna ninho sem palha; casa sem lar. Torna-se um eco monótono da paisagem árida de si. Se do verbo não emerge a mão que compartilha, A palavra se torna escorregadia e vã. Se do verbo não desponta a sinceridade, qual um raio de sol, A palavra é pura ilusão de pertencimento. È fácil demais fazer juras e promessas. É fácil demais tatuar a esperança na pele do outro. É fácil demais lamentar os enganos aos pés da desilusão. É fácil demais culpar a vida por nossos desencontros. Também é demasiado fácil empunhar o amor E fazer dele uma arma contra o mundo, Ou talvez uma bandeira de nossas vaidades mais íntimas. E torná-lo mesmo uma defesa contra a necessidade de amar, Contra a inevitabilidade de doar-se, à revelia de si mesmo. Difí

pensar na existência ...no mundo...na vida.

"O mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que vivo, sou aberto ao mundo, me comunico indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável". “O verdadeiro transcendental é o mundo” e não o ser (como é para Heidegger), ou à consciência (como em Sartre) Maurice Merleau-Ponty disse esta frase que me chama a atenção e me faz pensar : Sim o mundo é aquilo que vivo... muitas vezes parece irreal, pois nem sempre me permite viver da forma que quero ou como meus desejos se configuram no meu imaginário. O mundo é abertura e transcendência do ser em consciência ... Mas, também é inconsciência ... Como se dar este entrelaçamento ser –mundo-mundo ser ? Ser de abertura, mundo de possibilidades e vida inóspita . Real e imaginário naquilo que penso, e naquilo que vivo. A certeza da não vida... na incerteza de estar viva no mundo do amanhã !
Como é por dentro outra pessoa ?Quem é que o saberá sonhar?A alma de outrem é outro universoCom que não há comunicação possível,Com que não há verdadeiro entendimento. Nada sabemos da almaSenão da nossa;As dos outros são olhares,São gestos, são palavras,Com a suposição de qualquer semelhançaNo fundo. De Fernando Pessoa

AMOR NATURAL

Sob o chuveiro amar Sob o chuveiro amar, sabão e beijos, ou na banheira amar, de água vestidos, amor escorregante, foge, prende-se, torna a fugir, água nos olhos, bocas, dança, navegação, mergulho, chuva, essa espuma nos ventres, a brancura triangular do sexo - é água, esperma,é amor se esvaindo, ou nos tornamos fonte? in : O Amor Natural, Carlos Drummond de Andrade