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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

TURBILHÃO

A nossa vida é um carnaval A gente brinca escondendo a dor E a fantasia do meu ideal É você, meu amor Sopraram cinzas no meu coração Tocou silêncio em todos clarins Caiu a máscara da ilusão Dos Pierrots e Arlequins Vê colombinas azuis a sorrir Vê serpentinas na luz reluzir Vê os confetes do pranto no olhar Desses palhaços dançando no ar Vê multidão colorida a gritar Vê turbilhão dessa vida passar Vê os delírios dos gritos de amor Nessa orgia de som e de dor Moacyr Franco O carnaval acaba e deixa um turbilhão de saudades...
A ESTRATÉGIA DO VÔO Sebastião Lázaro Henrique Escritor, pesquisador e administrador nascido em MT. Para que se possa voar, é preciso saber das asas e ter noção detalhada do espaço que se pretende ocupar. É vital ter à mão as rotas alternativas, o deslocamento dos astros as cartas de navegação e os pontos onde existem correntes de ar. Para que se possa prosseguir descansando asas ao planar. Para que se possa voar, é necessário saber da fome que se deseja matar do objetivo que se quer atingir, do motivo que origina a ação e do combustível a queimar; da distância que se origina ao partir e do risco de não chegar. Para que se possa voar é necessário alquimizar coragem, desejo e tesão com cálculos, raciocínio e precisão. Torna-se devido, no entanto, antes de mais nada obter-se prazer ao percorrer o caminho e não esperá-lo ao fim da jornada!
Metafísica da vida cotidiana Metafísica da vida cotidiana(da clara-evidência) Há tantas misérias cotidianas -Minúsculas e corrosivas,Imensas e imperceptíveis -Que se não fosse a miragem do amorA vida seria intragável.Há tamanha dissonância de gestos,Tantos gritos de agonia em apelos mudos,Que se não fosse o semblante tímido da pazNenhum horizonte seria possível.Eu bem que me esforço para ser humano,Para destilar alguns cálices de nobrezaDo caldo sujo e insosso dos dias.Mas é tão fácil ser vil...Somos tão banais e servis,Que do amor só enxergamos a miragem.E da paz, somente o horizonte tardio.A humanidade me sufoca.O disparate da vida queima as entranhas.E o que nos salva senão a embriagues dos ideais?O que nos redime senão a crença no absurdo?O que nos poupa o desesperoSenão a esperança cega na própria esperança?O que nos livra da amarguraSenão o desatino da fé?A vida é tão áspera...A poesia, tão árida...A acidez, irrevogável...Contudo; e mesmo assim,É preciso lançar o coraçãoNas velas