Metafísica da vida cotidiana Metafísica da vida cotidiana(da clara-evidência)
Há tantas misérias cotidianas -Minúsculas e corrosivas,Imensas e imperceptíveis -Que se não fosse a miragem do amorA vida seria intragável.Há tamanha dissonância de gestos,Tantos gritos de agonia em apelos mudos,Que se não fosse o semblante tímido da pazNenhum horizonte seria possível.Eu bem que me esforço para ser humano,Para destilar alguns cálices de nobrezaDo caldo sujo e insosso dos dias.Mas é tão fácil ser vil...Somos tão banais e servis,Que do amor só enxergamos a miragem.E da paz, somente o horizonte tardio.A humanidade me sufoca.O disparate da vida queima as entranhas.E o que nos salva senão a embriagues dos ideais?O que nos redime senão a crença no absurdo?O que nos poupa o desesperoSenão a esperança cega na própria esperança?O que nos livra da amarguraSenão o desatino da fé?A vida é tão áspera...A poesia, tão árida...A acidez, irrevogável...Contudo; e mesmo assim,É preciso lançar o coraçãoNas velas intrépidas da imaginação.E com o vento a soprar nossa nau erranteAtravessar as torturas todas da vida.

Rodrigo de Barros é psicanalista e Poeta divino!

Comentários

Vanessa disse…
Puxa! Faz te encontro por aqui... O que houve? Como estás? Dê-me notícias assim que puder.
beijos!
vanessa

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pensar na existência ...no mundo...na vida.