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Praga: entre o sonho, o chão e a insustentável leveza de ser

    Por Concita ( Maria da Conceição Correia Pereira) “Einmal ist keinmal.” Uma vez é nenhuma vez. Uma vez não é nunca.   Milan Kundera Durante anos, Praga me parecia inalcançável não apenas pela distância geográfica, mas por um sentimento de exílio íntimo. Li A Insustentável Leveza do Ser numa fase em que o amor e a liberdade pareciam opostos inconciliáveis. Assisti ao filme depois, já com a imagem dos personagens gravada em mim, e então desejei ver com meus próprios olhos aquela cidade silenciosa, densa de história, palco de amores tão contraditórios quanto os meus próprios. Mas jamais imaginei, naquela época, que um dia estaria ali, em Praga, com o livro na bagagem e a trama na pele, caminhando pelas mesmas ruas onde Tomáš, Tereza e Sabina foram filmados, onde os dilemas de Kundera foram transpostos em corpos, olhares e escolhas. Foi uma viagem no tempo…não apenas no tempo histórico da antiga Tchecoslováquia e hoje República Checa, mas no te...

Enquanto houver brasa

  Nem todo fogo começa em labareda. Alguns amores não chegam em chamas  chegam em brasa. E seguem assim, aquecendo no silêncio, no tempo que leva para o outro se permitir queimar junto. A brasa é discreta, mas constante. Ela guarda o calor, resiste ao vento, pode adormecer um pouco… mas não se apaga fácil. Em relações que não vivem só de intensidade, mas de presença, a brasa é promessa de chama  mesmo que demore. Relações que se sustentam só pelo tesão, pela explosão do desejo, tendem a consumir rápido demais. Mas quando há afeto mesmo na brasa, é possível reacender. Porque o tesão também pode vir de um toque cotidiano, de uma escuta atenta, de um café feito com carinho, de uma espera sem cobrança. A permanência nem sempre vem do fogo alto. Vem da sabedoria de reconhecer que o calor pode ser mais profundo quando brando e ainda é fogo Enquanto  houver brasa , há chance  De um novo sopro  De um novo encontro De um novo acender 

Notas para um amor que ousa existir no silêncio do outro

Hoje faz seis meses que a gente se permitiu. E vem se permitindo, em passos curtos, em respiros longos, em gestos que nem sempre sabemos nomear. Nos encontramos sem promessas, sem anúncio, sem manual. Nos tocamos com corpo, voz, língua… e com o silêncio que nos costura por dentro. Hoje, confesso, pensei em te dizer muita coisa. Porque eu gosto de dizer o que sinto sem medo de sofrer ou ser feliz. Porque o tempo, para mim, é movimento. E eu valorizo o que se move, mesmo que não tenha nome. Por isso guardo datas. Comemoro coisas simples. Celebro o que me atravessa. Faço isso porque a vida, para mim, ganha sentido quando posso lembrar do que foi vivido. E você tem sido vivido... por inteiro. Mas deixo muitas dessas palavras flutuarem na dança dos nossos pensamentos. Talvez elas nos toquem em outro momento. Talvez fiquem só aqui, escritas em mim. Hoje, deixei apenas uma canção que amo — Valsinha, de Chico. Uma música onde amantes se reconhecem, mesmo que não se olhem. Porque no fundo, o es...

Paixão em pleno envelhecer

Diante do meu envelhecer pensava que não mais viveria a paixão. E me vejo assim, apaixonada? Não sei! Creio que desperta, fora da hibernação que me encontrava! Eu que hibernava na minha sexualidade, me vejo cheia de fogo da pulsão. Entre as minhas sopas  de letras cheia de poesias, vc me respondia pragmaticamente no silencio cheio de som !No ar que me chegava  uma grande excitação   ! A vida urge em tempo do nosso envelhecer, é uma espécie de adolecer na idade onde existe maturidade, mas paixão é paixão... Não tem tempo ou idade, é resposta a vida de tantas possibilidades! 

O escândalo da existência continua sendo amar

🌹 Eu voltei. Não por saudade de escrever ( ate porque vivo escrevendo ...) mas porque a palavra me move, me sustenta, me exige. Esse blog estava adormecido como quem cochila depois do gozo, mas sonha com o próximo toque. E aqui estou eu, nua de urgência e vestida de verbo, abrindo a porta outra vez. A vida continuou me escandalizando com sua rotina de surpresas e silêncios. Continuei amando e isso, sim, é o maior escândalo. Amar no tempo da pressa. Amar no tempo das reservas emocionais. Amar no envelhecer .Amar com tudo o que tenho: desejo, riso, insônia, fé, afeto, dúvidas, pele... Amorosamente ser ! Se alguém perguntar por que escrevo aqui de novo, talvez eu só diga: porque sou o próprio amor. Com um riso de quem sabe que amar ainda é o ato mais subversivo que se pode cometer. Bem-vinda de volta, escandalosa...e também existencialista. A página é tua.
Hoje tive uma noticia que não queria ouvir. Mais uma grande amiga se foi esse ano. E quando perdemos uma amigo parte de nossa alma vai junto. Há tempos não publicava aqui nesse meu blog que tem a finalidade de deixar sentimentos soltos e livres. Hoje sentir necessidade de homenagear essas amigas que se foram e de certa forma expressar meu amor a todos amigos/amigas que tenho inspirando minha vida e me ajudando a viver ! Segue uma poesia de Vinicius de Morais que fala tudo que gostaria de dizer aos meus amigos.  AMIGOS        Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.     Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.     A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor.     Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.     E eu poderia suportar, embora não sem dor, que...
Para 2011 que possamos viver como quem voa, fazendo pousos na força e na coragem de fazer nossos próprios milagres. Para todos amigos o que desejo são muitos momentos mágicos, possíveis em nossos milagres diários! Feliz 2011 Concita e família