Enquanto houver brasa
Nem todo fogo começa em labareda.
Alguns amores não chegam em chamas chegam em brasa.
E seguem assim, aquecendo no silêncio, no tempo que leva para o outro se permitir queimar junto.
A brasa é discreta, mas constante.
Ela guarda o calor, resiste ao vento, pode adormecer um pouco… mas não se apaga fácil.
Em relações que não vivem só de intensidade, mas de presença, a brasa é promessa de chama mesmo que demore.
Relações que se sustentam só pelo tesão, pela explosão do desejo, tendem a consumir rápido demais.
Mas quando há afeto mesmo na brasa, é possível reacender.
Porque o tesão também pode vir de um toque cotidiano, de uma escuta atenta, de um café feito com carinho, de uma espera sem cobrança.
A permanência nem sempre vem do fogo alto.
Vem da sabedoria de reconhecer que o calor pode ser mais profundo quando brando e ainda é fogo
Enquanto houver brasa , há chance
De um novo sopro
De um novo encontro
De um novo acender
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