"Goza a euforia do vôo do anjo perdido em ti.Não indagues se nossas estradas, tempo e vento, desabam no abismo.Que sabes tu do fim?Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-o de estrelas.Conserva a ilusão de que teu vôo te leva sempre para o mais alto.No deslumbramento da ascensãose pressentires que amanhã estarás mudoesgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta.Canta. Canta para conservar a ilusão de festa e de vitória.Talvez as canções adormeçam as ferasque esperam devorar o pássaro.Desde que nasceste não és mais que um vôo no tempo.Rumo do céu?Que importa a rota.Voa e canta enquanto resistirem as asas."(Menotti Del Picchia)
Praga: entre o sonho, o chão e a insustentável leveza de ser
Por Concita ( Maria da Conceição Correia Pereira) “Einmal ist keinmal.” Uma vez é nenhuma vez. Uma vez não é nunca. Milan Kundera Durante anos, Praga me parecia inalcançável não apenas pela distância geográfica, mas por um sentimento de exílio íntimo. Li A Insustentável Leveza do Ser numa fase em que o amor e a liberdade pareciam opostos inconciliáveis. Assisti ao filme depois, já com a imagem dos personagens gravada em mim, e então desejei ver com meus próprios olhos aquela cidade silenciosa, densa de história, palco de amores tão contraditórios quanto os meus próprios. Mas jamais imaginei, naquela época, que um dia estaria ali, em Praga, com o livro na bagagem e a trama na pele, caminhando pelas mesmas ruas onde Tomáš, Tereza e Sabina foram filmados, onde os dilemas de Kundera foram transpostos em corpos, olhares e escolhas. Foi uma viagem no tempo…não apenas no tempo histórico da antiga Tchecoslováquia e hoje República Checa, mas no te...
Comentários
Pensei em como ela é uma pequena "coisa"- não num sentido pejorativo-, "coisa" por sua brevidade, por ser pequena demais em seu trajeto. Não é pessimismo; na verdade, eu a vejo tão imensa, tão intensa, tão linda, tão vida que não cabe em sua brevidade. Aproveitá-la ao máximo é nossa missão maior; "rumo do céu? que importa a rota?".
Beijo imenso!