Na dor doída e doída.

Choro sim, um choro desvairado...Não contido, nem controlado.Como dominar meu pranto se esta dor dói tanto?
Sim... choro uma saudade doída na orfandade sentida, tal uma criança esquecida ...abandonada e consumida na dor doida e doida. Como te queria ao meu lado novamente...por momentos...por instantes...
E assim, perdida e incorformada , luto em luto nas lagrimas descontroladas, que são vivas águas roladas, de um rio de melancolia que corre no coração da min’ alma.
Desamparo desesperado!
Onde fica o sentido e o significado que em ti encontrava?
Tal como ancora que firmava meu barco de existência, tu eras esta ancora que hoje se vai para não voltar mais... e aqui fico, num esvair de um rumo sem rumo, de dor e de luto profundo.
Quem sabe um dia ...um belo dia... tudo que dói nesta dor doída e doída, passe, e fique só a saudade no “carinho da recordação”.
Concita

Comentários

Anônimo disse…
Estava ansiosa para comentar essa dor doida e doída; percebi que sinto uma dor similar, só que de uma saudade daquilo que não poderei... é algo irrealizável, não-recíproco, oculto, vivido apenas a nível de minha imaginação, é meu monólogo...é um amar que aprende todos os dias a amar de outra forma... é um sentimento, um amar que de tanto amar prefere toda a liberdade desse outro ser, que a si basta-se, e só faz me encantar cada vez mais. Feridas? Talvez. Ainda dor? Não mais. Transformação, transvaloração de todos os valores. Sendo o outro livre, não quero aprisionar esse ser em meus sentimentos. Porém, aprendi a sentir-me livre também. Falta-me algo? Não! O sorrir desse ser basta-me!!!!
Sem querer mais me aprofundar em minhas palavras, tomo emprestadas as palavras da Sylvia Plath para responder à tua dor doida e doída!!
Beijos,
Vanessa.
PS: não quero que as palavras da Sylvia "soem" aos teus olhos como motivo de mais dor doida e doída. Quero que reflitas em teu reerguimento e escancares tua alma para ti mesmo, assim como a Sylvia Plath fazia. Ela tinha uma alma escancarada!!!
beijinhos


ACHAVA QUE NÃO PODIA SER MAGOADA
(Sylvia Plath)

Achava que não podia ser magoada;
achava que com certeza era
imune ao sofrimento —
imune às dores do espírito
ou à agonia.

Meu mundo tinha o calor do sol de abril
Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro.
Minha alma em êxtase, ainda assim
conheceu a dor suave e aguda que só o prazer
pode conter.

Minha alma planava sobre as gaivotas
que, ofegantes, tão alto se lançando,
lá no topo pareciam roçar suas asas
farfalhantes no teto azul
do céu.

(Como é frágil o coração humano —
um latejar, um frêmito —
um frágil, luzente instrumento
de cristal que chora
ou canta.)

Então de súbito meu mundo escureceu
E as trevas encobriram minha alegria.
Restou uma ausência triste e doída
Onde mãos sem cuidado tocaram
e destruíram

minha teia prateada de felicidade.
As mãos estacaram, atônitas.
Mãos que me amavam, choraram ao ver
os destroços do meu firma-
mento.

(Como é frágil o coração humano —
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta
ou chora.)

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